Venture Capital: 7stars responde sete perguntas sobre o assunto

Daniel Abbud, um dos fundadores do 7Stars, fundo de venture capital, fala sobre os investimentos e o mercado de tecnologia brasileiro em aceleração

Daniel Abbud. Foto: Assessoria

No último ano, diante dos desafios provocados pela pandemia do novo coronavírus, a área de tecnologia passou por uma enorme aceleração de processos. Esse novo cenário também afetou a economia, levando investidores a novas maneiras de encontrar rentabilidade e resultados satisfatórios para seus ativos.

Com isso, surgiram novos fundos de venture capital, com diferentes teses de investimento, estruturados e pautados em bases de governança corporativa para estimular o crescimento tecnológico que o País vem experimentando cada vez mais rápido.

Desde o início do século XXI, o tema inovação aberta vem recebendo atenção no mundo empresarial e, com o aumento cada vez maior do número de startups, surgiram novas possibilidades de também investir no ecossistema de tecnologia.

O portal Startechnews conversou com um dos fundadores do 7Stars, fundo de Venture Capital, Daniel Abbud, que respondeu algumas perguntas sobre as expectativas desse mercado e como ele vem estimulando startups e o desenvolvimento de base tecnológica, gerando retorno econômico e financeiro.

1 – Qual a sua avaliação sobre o mercado de Venture Capital no Brasil?

O mercado de Venture Capital no Brasil cresceu muito nos últimos dois anos mas ainda é muito incipiente no Brasil. Com a queda das taxas de juros até 2019, investidores tiveram que buscar formas alternativas de investimentos para compor o retorno que a renda fixa rendia outrora. Com isso, investir em fundos de venture capital foi um dos beneficiados. No entanto, o Brasil ainda possui muito espaço para crescer nessa modalidade, ainda muito aquém de mercados mais maduros (ex: EUA)

2 – Como a 7stars compartilha conhecimento para fortalecer o mercado de inovação e tecnologia brasileiro?

A 7Stars é uma companhia que entende as dores dos empreendedores que ela investe e cria um ecossistema nas empresas investidas. Um grande exemplo disso é um fórum de capacitação, onde divulgamos conhecimento a todas as lideranças do grupo. Como fundo, somos multisetorial e só investimos em empresas que nos oferecem uma vantagem competitiva em tecnologia. Portanto, acreditamos estar inovando em todos os setores que investimos.

3 – Em termos de gestão, qual a avaliação sobre a evolução das startups que a 7stars vem investindo? Existe algum destaque na sua opinião? Um case?

A 7Stars é uma empresa de empreendedores que consegue entender as principais dores dos fundadores de nossas companhias. O fundo se caracterizou por auxiliar as companhias no modelo de negócio para tracionar e preparar para estar presente em grandes mesas de negociação. Investimos não só na companhia, mas no empreendedor que executa o business plan.

4 – Esse mercado vem crescendo exponencialmente, com grande volume de investimentos, sendo o Brasil o maior player da América Latina. Qual é o segredo para uma startup conseguir um aporte? Network? Trabalho consistente? Ideias inovadoras? Tudo isso?

Acredito que não existe um único motivo. Na 7Stars, a gente valoriza muito o início de uma execução de ideia inovadora, aliada às nossas teses de investimento. Além disso, a gente acredita na relação de confiança que construímos com os nossos empreendedores ao longo da nossa jornada.

5 – Mais de 13 mil startups com diferentes graus de maturidade de negócios estão atuando no Brasil atualmente. Tem espaço para todos?

Acredito que tenha. Nem todas prosperarão para se tornar unicórnios, mas é uma melhora na produtividade da economia nacional relevante. Assim como qualquer mercado competitivo, tem espaço para todos e as melhores propostas de valor prosperarão.

6 – Como é a relação entre quem investe e quem recebe o investimento em uma venture capital?

Aqui na 7Stars, a nossa relação é muito próxima ao nosso empreendedor. Existe mais que uma relação financeira, uma de confiança mútua. A gente acredita que neste modelo, a gente consegue agregar mais valor às companhias do nosso portfólio e dar as nossas sugestões.

7 – Apesar do aumento no volume de investimentos, o número de rodadas vem diminuindo com o passar do tempo. Qual a sua opinião a respeito?

Existe um contínuo apetite pelas empresas. Acredito que tenha um maior acerto nos valuation nas últimas rodadas. Mesmo assim, continuamos entendendo que a vontade de investir em empresas dos portes que a gente investe é relevante.